O que é transição energética?
Nesta postagem trago alguns números para ajudar a ilustrar o que, afinal, é transição energética.
MINHAS CONSIDERAÇÕES
André Fortes Chaves
2/14/20242 min ler
De acordo com dados da WRI Brasil, o setor de energia – que inclui transporte, eletricidade e geração de calor, fabricação e construção, emissões fugitivas e outras queimas de combustível – é responsável por aproximadamente 73% da emissão de gases de efeito estufa (GEE), seguidos pelos setores agropecuária (12%); uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura (6,5%); processos industriais de produtos químicos, cimento e outros (5,6%); e resíduos, incluindo aterros e águas residuais (3,2%).
Os gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) são aqueles capazes absorver energia do Sol, e, ao reter calor, aumentar a temperatura média do planeta, o que desdobra em diversos eventos climáticos indesejáveis.
Com as perspectivas de aumento populacional e desenvolvimento de economias, a demanda por energia de maneira geral tende a apresentar um robusto crescimento.
Quais são os instrumentos regulatórios vigentes?
A fim de mitigar o aumento da temperatura global e mitigar os diversos riscos climáticos associados, na COP21 (realizada em dezembro de 2015 em Paris), foi assinado um acordo multilateral o qual estabelecia como meta manter, até o final deste século, o aquecimento global em até 1,5 graus acima dos níveis pré-industriais.
O compromisso, reafirmado na COP26 (realizada no ano de 2021 em Glasgow) incluiu, ainda, a meta a neutralidade na emissão de carbono até 2050. A neutralidade de carbono significa reduzir a produção deste gás até onde for possível e balancear o restante das emissões por meio da compensação, a qual pode ser realizada por meio da aquisição de créditos de carbono ou recuperação de florestas em áreas degradadas.
Esses acordos multilaterais são, então, ícones mundiais da transição energética, que consiste, portanto, em um processo de mudança na forma como a sociedade gera, consome e pensa na energia. O objetivo é migrar o paradigma de fontes de energia baseado em combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, para um pautado em fontes mais limpas e sustentáveis, como hidroelétrica, eólica, solar e biomassa.
Mas não é só isso. O olhar da transição energética se estende para o meio ambiente, gestão de resíduos, eficiência energética, digitalização e outros meios necessários para que atinjamos o objetivo comum de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e as suas consequentes influências nas mudanças climáticas
Mas e quem são os envolvidos?
Os desafios para essa transição são muitos e demandam muito investimento em infraestrutura e reeducação de hábitos de consumo. À medida em que dispõe de ferramentas como medidas regulatórias e subsídios, o setor público desempenha nesta transição papel primordial, mas não exclusivo. O setor privado também tem se rearranjado de forma a condicionar o crédito e financiamento para demandas alinhadas aos princípios ASG (sustentável em termos ambientais, sociais de governança).
O que precisa ser mudado?
No entanto, muito ainda se tem a ser feito. A título de exemplo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em relatório publicado em 2023, projetou para o ano de 2024 uma demanda de 2,2 milhões de barris por dia (bpd).
Cabe, portanto, refletir sobre o que temos feito individualmente para rever nossos hábitos de consumo de forma a recompensar empresas ambientalmente sustentáveis.